Fiscalização pelo ISQ a DCR

Caros Colegas

Estou a ser fiscalizado, pelo ISQ, a uma DCR que emiti, de um conjunto de duas DCR's do projecto de uma moradia bifamiliar.
Até aqui tudo bem, até porque tínhamos sido alertados para este procedimento, durante o curso de formação de formadores que frequentei, promovido pela ADENE.
Foi-me pedida uma série de informação pelo ISQ, que enviei por email. Posteriormente pediram-me mais esclarecimentos, os quais já constavam na primeira resposta, nomeadamente: cálculo justificativo dos coeficientes de transmissão térmica, das renovações de ar, e o que mais estranhei o certificado dos painéis solares previstos no projecto. Respondi-lhes que o cálculo do Esolar tinha sido efectuado no programa Solterm 5.0, fornecido pela ADENE durante o referido curso, como o painel solar preconizado constava da biblioteca do Solterm, assumia que o mesmo era um painel certificado.
Foi informado, pelo ISQ, que nem todos os painéis solares constantes da biblioteca do Solterm, são painéis certificados, o que, para mim, era uma GRANDE NOVIDADE, nunca imaginaria que o programa certificado pela ADENE, fornecido no curso que frequentei, com a indicação de que era o único programa para o cálculo e dimensionamento dos painéis solares, tivesse painéis não certificados, logo, "impróprios para consumo nacional".
Questionei a ADENE sobre este assunto, que me respondeu: Efectivamente o programa Solterm 5.0 tem na sua biblioteca painéis solares não certificados.
Fiquei espantado!
Conclusão: Caros colegas, tenha cuidado, quanto estiverem a dimensionar os colectores solares, verifiquem se o painel pelo qual vão optar, é ou não um painel certificado, para não serem apanhados na nesta "ratoeira", que alguém criou, intencionalmente ou não.

Essa também é nova para mim...

O solterme permite introduzir paineis, que será o método a aplicar nos "paineis padrão", no entanto também pensava que os que vinham na biblioteca inicial seriam certificados (afinal não todos)

obrigado pela dica, não pensava que além do grande rigor nas fiscalizações, chegariam a esse ponto.

Não fazia ideia disto...obrigado pela dica...

Acho espantoso que ninguém durante a formação dos dois módulos, tenha sequer referido esta situação, eu sei que nós peritos temos de verificar isso, mas no meio de tantas chamadas de atenção para o regulamento, não custava nada mais esta, que me parece bastante relevante...

Nem o INETI quando enviou o programa, avisou...Na própia licença do programa tem lá no palavreado, a "sacudir" a água do capote relativamente à base de dados do programa, mas penso que podiam dar mais relevo ao assunto...

PS. se não fosse abuso solicitava ao Administrador do Fórum que movesse este tema para a secção correcta "Fiscalizações da ADENE"

Abraço

Efectivamente o Solterm nunca será um software de consenso entre os peritos qualificados. Agora ficamos a saber que nem todos os paineis constantes na lista são certificados, uma armadilha da qual eu não estaria à espera.

Mas muito mais grave do que isso é a insconstitucionalidade subjacente à utilização do Solterm! Tenho a ideia que os deputados não leram o DL 80/2006 (não podem ter lido) só assim se explica a obrigatoriedade explicita de determinado software. O INETI neste momento é um instituto publico, mas quem me garante que passe para as mãos de privados e depois? A licença fica nas mãos de privados? E se a empresa resolve deixar de produzir o Solterm? O sistema de certificação energética fica bloqueado por falta de software? São questões que até agora ninguem me respondeu!

Lembro-me que o STE também seria obrigatório para os peritos, mas felizmente deixaram cair esta ideia, talvez pelo facto de não estar esctrito na lei, caso contrario seriam dois absurdos, que num estado de direito não são admissiveis.

PS: este meu primeiro post no forum da concorrencia, mas uma concorrencia saudavel para melhoria de um processo importante e na minha opinião cheio de atritos e inéricas!

Se tiverem curiosidade: www.rccte.com